quarta-feira, 13 de julho de 2011

Renda-se! A sensualidade histórica das rendas

As rendas literalmente "renderam" de umas coleções para cá. Nobre e sexy as rendas, principalmente a guipure, desta vez apareceram em detalhes e num crash com peças mais streetwear. Ela não limitou-se a vestidos curtos e ultrasexy, deu uma pincelada de femme fatale em blusas sem muitas pretensões, mas que ganharam um up graças à interferência  em detalhes mínimos com efeitos máximos.

O que muita gente não sabe é do peso histórico, da simbologia no universo feminino e as diferentes variações de renda.

Por Marcio Falcão
Estilista


A renda é um tecido com padrão de orifícios e desenhos feitos à mão ou à máquina. Os tipos mais comuns são a renda de bilros e a renda de agulha. A renda de bilros é criada pela manipulação de numerosos fios, cada um deles presos a um bilro, sendo em geral trabalhada sobre uma almofada.
A de agulha é confeccionada dando-se laçadas com o fio (estando uma extremidade presa a uma agulha e outra presa a uma base) em pontos simples ou complexos, o que resulta num padrão ou desenho preestabelecido. Acredita-se que renda de bilros seja originária de Flandres (região belga) e a de agulha, da Itália.

LOOK PURAMANIA PREVIEW DE INVERNO 2011
Streetwear com interferência de renda.



Nos séculos XVIII e XIX, os centros de produção de rendas de bilros eram Chantilly e Valencienses, cada um com desenhos próprios. Alençon, Argentan e Veneza são centros associados à renda de agulha. De início, o uso das rendas restringia-se aos mantos do clero e da realeza, geralmente sob a forma de passamanaria dourada ou prateada. Nos séculos XVII e XVIII, a renda já era usada em adornos de cabeça, babados, aventais e enfeites de vestidos. No início do século XIX, era muito empregada em vestidos; vestidos de chá; véus; casaquinhos; luvas; e os adornos de guarda-sóis e regalos,bertas, fichus, lenços e xales também foram feitos de renda.



Antes do século XIX ela costumava ser produzida em fios de linho, mas o algodão tornou-se mais comum. A renda feita à máquina surgiu no final do século XVIII, embora não fosse patenteada até meados do século XIX. A popularidade da renda caiu no final do século XIX e início do século XX. Desde essa época, raramente é usada e ficou associada à confecção de lingeries.
A renda nunca desapareceu por completo da moda, pois nos vestidos de noivas e debutantes ela sempre aparece. O alta-costura francesa também não dispensa o uso de uma bela renda.



Vestido Puramania de renda guipure em editorial para a revista Lounge.


Foi Catarina de Médici que introduziu o uso da renda na corte francesa. Isso causou um consumo exagerado e desenfreado, o que fez com que os cofres franceses fossem praticamente esvaziados devido aos custos de importação.  Foi promulgado um decreto pelo rei da frança, que proibia o uso da renda, tamanho foi o caos.
No entanto, descobriu-se que ara melhor produzir do que importar o produto.
Foi Colbert, ministro de Luiz XIV, que teve a brilhante idéia e em 1665 fundou em Alençon, as “Manufaturas reais o ponto de França” -tocadas pelas mãos de 30 rendeiras de Veneza e 200 de Flandes.
No Brasil a renda de bilros foi trazida pelos portugueses e durante muito tempo foi a ocupação de freiras nos conventos. Elas teciam alfaias para os altares das igrejas. Tanto no Brasil como em Portugal, atualmente a renda de bilro é feita por mulheres de pescadores em geral. Esse fator é associado à chegada das rendas pelos litorais.

FONTE DE PESQUISA:  Livro – Enciclopédia da Moda  – O’hara, Georgina.
Jornal – Estado de Minas – Rendendo uma história (20 de Maio de 007), por Anna Marina.


LOOK PURAMANIA PREVIEW DE INVERNO 2011
Streetwear com interferência de renda.




Um comentário:

  1. - aDoreii o texto =) e os looks são perfeiiitOos (como sempre) haHa #amOorenDa

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